Modelo importado da Kia promete economia mas vale a pena pagar tanto por um Crossover compacto? Descubra. Por Marcos Camargo Jr.
A Kia Motors oferece no Brasil desde o final de 2021 o Crossover compacto Stonic. Ele seria mais um na multidão de modelos compactos como Tracker, Creta, Kicks, Renegade, 2008, C4 Cactus e Pulse não fosse um detalhe: se trata de um modelo híbrido.
Porém é um híbrido leve que combina motor 1.0 Smartstream três cilindros turbo da família “Kappa” a gasolina trabalhando com um conjunto elétrico de 48V. A Kia chama o sistema de híbrido MHEV. Sem a parte elétrica, o motorzinho tem 118cv e 17kgfm de torque. Com o auxílio extra vai a 120cv e 20,4kgfm de torque. Mas vale a pena pagar mais por “apenas” 2cv e 3kgfm de torque?
Mas como funciona esse sistema híbrido da Kia?
A condução do Stonic tem muitas diferenças em relação a um modelo apenas a combustão. Ao rodar em superfície plana, o motor desliga e mantém as rodas livres com muita suavidade ao desligar e religar o motor. O motorista só percebe a diferença ao ver o ponteiro do conta-giros ficar encostado na base. A bateria é recarregada nesse movimento onde é possível acompanhar a gestão de energia pela multimídia.
O Stonic vem com transmissão automatizada de sete velocidades com evoluções bem suaves. Apesar do brasileiro não gostar muito de câmbio automatizado não há histórico de falhas e problemas crônicos com o mecanismo banhado a óleo e controlável por alavanca no console central.
Da mesma forma o start stop tem funcionamento muito silencioso e imperceptível ao motorista. A potência e torque extras não são sentidos mas na prática se nota o quanto o Stonic é eficiente; 13,7km/l na cidade e 16,7km/na estrada.
É claro que 120cv não é nenhum milagre ao ser comparado com outros crossovers 1.0 turbo o Stonic está na média de preço e a economia fica em 15% a mais em relação a um modelo apenas a combustão.
Estilo genérico
O estilo do Stonic não é nenhuma unanimidade. Ele lembra um pouco do Nissan Kicks nas laterais e traseira, tem recursos que vemos no JAC T40 e porte semelhante ao do Fiat Pulse.
No modelo das foros repare que o Stonic tem rodas aro 17, largas barras de teto em cinza, os emblemas “hybrid” na lateral e traseira e o interior com o novo volante da marca combinando com equipamentos de acionamento simples e aspecto de robustez apear do plástico duro presente no painel.
Pacote de série igual aos concorrentes
O Stonic tem os itens que outros concorrentes oferecem mas poderia ir além tendo em vista o seu preço. Vem com seis airbags, auxílio de partida em rampa, espelhos retrovisores externos com regulagem e rebatimento elétricos, aquecíveis e com repetidores das setas integrados em LED, volante multifuncional, sensor de pressão dos pneus, ar-condicionado digital automático computador de bordo com tela digital colorida de 4,3” com indicador de fluxo de energia. É um bom pacote mas alguns deslizes como a falta de um simples sensor de ponto cego, câmera 360 graus, retrovisor fotocrômico e sensor dianteiro fazem falta.
A multimídia tem 8 polegadas mas os gráficos não tem uma resolução tão boa, a câmera é muito simples e o espelhamento de Celulares é feito com cabo. Para um modelo topo de linha e ainda mais híbrido certamente são itens que faltaram no Stonic. Com cinco anos de garantia o Stonic custa R$ 147,9 mil e o consumidor ainda paga pouco mais de R$ 4300 pela combinação de cor especial como no modelo desta reportagem.
Pontos negativos e positivos
Veja o que destacamos como ponto positivo e negativo do Kia Stonic começando pelo que menos agrada:
⁃ Espaço interno: É como um hatch mais alto e largo com seus 4,14m de comprimento, 1,76m de largura, 2,58m de entre-eixos e porta malas de 325litros que abriga a bateria abaixo do forro onde deveria estar o pneu estepe (no lugar vem um kit de reparo rápido). Quem viaja no banco de trás tem espaço apertado e o porta malas é reduzido mesmo não tendo estepe
⁃ Faltam alguns itens pelo preço cobrado: nessa faixa de valor o Stonic não deveria vir com farois halógenos, sem teto solar, multimídia de baixa definição e conexões por cabo. Também não tem retrovisor fotocrômico, alerta de ponto cego e frenagem automática. ACC então, que modelos como Nivus e Pulse trazem, o Kia fica devendo
⁃ Consumo: de fato o Stonic é econômico mas nada tão além de concorrentes como o Tracker de 116cv, Kicks de 116cv ou 2008 e Cactus com 118cv. Ele está na média de potência mas não é absurdamente econômico. O próprio Inmetro qualifica o carro com consumo “B” enquanto o Tracker da GM é “A” e não tem nada de híbrido
⁃ Preço; poderia ser bem melhor que os R$ 147,9 mil cobrados. Se o cliente quiser o teto em duas cores terá que desembolsar mais R$ 4,3 mil. É bem mais caro que os concorrentes na média de R$ 130 mil.
E agora veja o que o Stonic tem de melhor
⁃ O Stonic tem 5 anos de garantia de fábrica e os carros da Kia são reconhecidamente robustos. A maioria dos concorrentes tem 3 anos de garantia
⁃ Economia: se por um lado o Stonic não é incrivelmente econômico para um híbrido sem dúvida o consumo dele é bom. Então esse quesito vai para as duas colunas.
⁃ Estilo atualizado: o Stonic vendido no Brasil tem o mesmo estilo do que é oferecido em outros países. Quem comprá-lo aqui vai ter o mesmo modelo vendido na Inglaterra, França, na Coreia do Sul ou no México.
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