Pick-up será rival direta da Fiat Toro e Strada, Renault Oroch e, também, de forma indireta da Ford Maverick. Por Marcos Camargo Jr.
Apresentada no final do ano passado, a nova geração da Chevrolet Montana chega a partir da segunda quinzena de fevereiro no Brasil, que será rival direta da Fiat Toro e Strada, Renault Oroch e, também, de forma indireta da Ford Maverick. A pick-up será vendida em quatro versões e será equipada apenas com motor 1.2 turbo de 133 cv e 21,4 kgfm de torque com câmbio manual ou automático. Segundo a GM já existem 10.000 encomendas das versões LTZ e Premier que chegarão aos clientes a partir do dia 15 de fevereiro Veja a avaliação do AutoShow, e também, a lista completa das quatro versões, seus conteúdos e preços
É justamente o segmento das picku-ps médias que a Chevrolet agora ingressa com a nova Montana. A participação desse tipo de produto que dispensa o tradicional chassi dos modelos maiores saiu de 2,8% em 2016 (quando a Toro foi lançada) para 4,5% estimados em 2023. “Nossa ambição é fazer uma evolução neste conceito Smart utility pick-up e a Montana vem agregar experiência em múltiplos níveis”, diz Rodrigo Fioco, diretor de marketing de produto da GM.
A nova Montana usa a plataforma GEM do Onix e Tracker. Menor que a Toro, ela tem dimensões bem parecidas com a Oroch. São 4,71m de comprimento, 2,80m de entre-eixos, 1,79m de largura e 1,65m de altura com 20° de ângulo de entrada e 25° de saída pesando entre 1.273kg (versões manuais) e 1.310kg (automática).
O visual segue a segue a receita dos outros produtos da marca. Na pick-up, a ampla grade tem molduras cromadas que dividem os faróis, a lateral tem os mesmos elementos do Tracker e a caçamba que comporta 874 litros de objetos leva 600kg de carga.
Capacidade e aproveitamento de espaço
Não é pouco considerando que o foco da Montana não é o trabalho mas sim um veículo de uso misto. A caçamba tem calhas que permitem escoamento da água pelas laterais evitando molhar o conteúdo no “porta-malas” da Montana. No espaço há iluminação, ganchos de fixação e a possibilidade de instalar divisores seguindo o conceito Multi-flex (vendidos à parte).
Por dentro a engenharia da GM fez o possível para aproveitar os 2,80m de entre-eixos, inferior às concorrentes embora o espaço para os passageiros seja suficiente. A nova Chevrolet Montana tem 16mm mais espaço de joelhos que a Toro e 21mm a mais que a Oroch. Também oferece 27mm mais espaço de ombros que a Toro e 7mm a mais que a pick-up da Renault. Na prática o entre eixos é limitado mas os bancos são mais recuados assim como os bancos dianteiros melhorando o conforto.
O painel e elementos como cluster, ergonomia, multimídia e o acabamento são idênticos aos aplicados no Tracker. Para melhorar a percepção, a GM usou um revestimento microperfurado e costurado sobre o painel além de melhorar também os apoios laterais das portas. Apesar das mudanças manteve o painel com elementos analógicos e apenas com o cluster digital em TFT.
Desempenho dentro do esperado
A GM não costuma ousar muito quando o assunto é motorização. Para a Chevrolet Montana 2023 usou uma fórmula da casa com o motor 1.2 turbo três cilindros de 132/133cv e 19,4/21,4kgfm de torque associado ao câmbio automático de seis marchas nas versões LTZ e PREMIER. Nas versões 1.2T e LT a transmissão é manual de cinco marchas.
A bordo da versão Premier neste primeiro contato se nota que a Chevrolet melhorou a suspensão derivada do Tracker. Há mais curso disponível o que melhora o conforto a bordo. Molas e amortecedores receberam reforços para um comportamento mas “rígido” com a Montana.
A calibração do motor é quase a mesma com a pick-up. Porém, há mais força nas primeiras marchas o que será útil com o veículo carregado. A vibração típica do motor três cilindros é sentida em rotações mais altas, característica comum destes carros da GM como Onix e o próprio Tracker. As manobras fáceis se devem ao bom diâmetro de giro de 11,5m, bem inferior ao exigido pela concorrente Toro da Fiat.
Mesmo tem testarmos a capacidade da caçamba a solução do eixo de torção adotada pela Montana tende a facilitar o uso do veículo carregado. O nível de equipamentos é interessante com multimídia MyLink com câmera de alta resolução e Wi-Fi a bordo. Na versão Premier há o que a GM chama de “acabamento premium” no revestimento das portas e painel que melhoram o aspecto do carro. O console tem carregador de celular por indução e mais acima os comandos digitais do ar-condicionado. Há alerta de ponto cego e aplicativo “MyChevrolet” para comandar funções do veículo à distância, além do pacote de segurança com seis airbags, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, ganchos Isofix e sistema OnStar.
As versões de entrada já contam com Multimídia MyLink, protetor de caçamba e sensor crepuscular bem como o pacote de itens de segurança. A LT acrescenta rodas de alumínio 16”, capota marítima, USB traseiro e câmera de ré. A LTZ acrescenta sensor traseiro, rodas maiores de 17”, acabamento cromado, chave inteligente e controle de Cruzeiro. A Premier tem o acabamento interno diferenciado, carregador por indução, alerta de ponto cego e ar-condicionado digital.
A estratégia da Chevrolet se mostra acertada com a nova Montana. Mesmo considerando os preços das versões mais caras ela é bem mais em conta que a Fiat Toro (que é maior) com mesmo preço e mais equipamentos que a Renault Oroch e valor similar ao da Fiat Strada Volcano e Ranch oferecendo mais espaço interno. Com 550 concessionáris a GM deve encontrar mais um produto de volume neste segmento promissor das Pickups de uso múltiplo.
Veja os preços das quatro versões da Nova Chevrolet Montana.
Chevrolet Montana LTZ – R$ 134.490
Chevrolet Montana Premier – R$ 140.490
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