AutoShow

Redução de poluentes dos carros exige investimentos de R$ 150 milhões, diz Anfavea

Reduzir emissões é um imperativo na indústria automobilística há décadas. Hoje a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – Anfavea junto com a Boston Consulting Group – BCG revelaram um estudo inédito no Brasil durante o seminário “Anfavea: O Caminho da Descarbonização do Setor Automotivo”

País precisará de investimento e esforço conjunto. Por Felipe Salomão

Estudo prevê instalação de ao menos 150 mil carregadores para atender os veículos eletrificados

Reduzir emissões é um imperativo na indústria automobilística há décadas. Hoje a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – Anfavea junto com a Boston Consulting Group – BCG revelaram um estudo inédito no Brasil durante o seminário “Anfavea: O Caminho da Descarbonização do Setor Automotivo”. O estudo apresenta três cenários, que levam em consideração a realidade brasileira. Além disso, prevê um investimento de R$ 150 bilhões em infraestrutura e tecnologia pela cadeia automotiva, pelos produtores de combustíveis/energia e pelo poder público. Entenda.

VOLVO XC60 Híbrido faz 20km/litro é mais econômico e barato que BMW X3, Audi Q5 e Mercedes GLC ? Veja o vídeo!

O estudo vem logo após a divulgação feita pela ONU do relatório IPCC – Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, que prevê aumento de mais 1,5º C nos próximos 15 anos.

“A ANFAVEA lidera esse debate fundamental e inadiável, pois a indústria automotiva precisa saber como direcionar seus investimentos para as próximas gerações de veículos e para inserir o Brasil nas estratégias globais de motorização com foco total na descarbonização”, acrescentou o Presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes, no encontro virtual.

CHEVROLET BOLT ELÉTRICO custa 4 vezes um Onix 1.0 ou 2 Tracker – 203cv e 480km de autonomia: VALE? Veja o vídeo!

Portanto, com o foco em ajudar o país a contribuir no combate contra o aquecimento global, a entidade divulgou um estudo para o Brasil diminuir significativamente as emissões de poluentes. Segundo os cenários apresentados, os veículos leves eletrificados responderão por 12% a 22% das vendas em 2030 por aqui. Já em 2035 os carros elétricos estarão entre 32% e 62%.

Em relação aos veículos pesados movidos a energia elétrica serão de 10% a 26% em 2030 e de 14% a 32% em 2035. Contudo, os motores flex e a diesel ainda serão maioria na frota em 2035, o que eleva a importância dos biocombustíveis para reduzir as emissões de gases nocivos ao meio ambiente.

Produção e a distribuição de energia também deverá receber investimentos para suprir a frota de elétricos

“Enfrentar as mudanças climáticas é o maior desafio da nossa geração. Na indústria automotiva, tecnologias de eletrificação e maior uso de combustíveis sustentáveis já se mostram um caminho sem volta. As empresas precisam se preparar para o desafio e mirar as novas oportunidades, investindo em produção, infraestrutura, distribuição, novos modelos de mobilidade e serviços, além da capacitação dos seus profissionais”, disse Masao Ukon, sócio sênior do BCG Brasil e líder do setor Automotivo na América do Sul.

NOVO MINI COOPER ELÉTRICO chega ao Brasil: 184cv e 230km de autonomia vale R$ 239 mil? Veja o vídeo!

Veja os detalhes do estudo divulgado pela Anfavea e o BCG
1– Impactos no setor automotivo

Até 2030 serão 432 mil veículos eletrificados por ano, número que aumenta para 1,3 milhão por ano em 2035. Esses dados são projeções de vendas. Por isso, com um volume deste tamanho os carros elétricos terão que ser produzidos aqui e não apenas importados.

Desta forma, o país conta com 40 fábricas, além das fornecedoras de autopeças, que precisam entrar em um novo ciclo de investimentos para manter a competitividade. Ao mesmo tempo deverá gerar 1,3 milhão de empregos diretos e indiretos na cadeia automotiva. Número que pode ser ampliado nos próximos anos.

Para atingir esta meta será preciso apoio governamental, assim como acontece na União Europeia, China e até mesmo nos Estados Unidos

Com isso, será necessário investir em pesquisa e desenvolvimento, adaptação de fábricas, desenvolvimento de fornecedores, preparação e treinamento da rede de concessionárias, entre outras demandas. Só fazendo isso será possível abastecer o mercado local e se consolidar como polo exportador de novas tecnologias para os países vizinhos e, também, de outros continentes.

Além disso, abre oportunidade para outros investimentos como semicondutores e baterias, já que o país possui matéria-prima abundante para essas novas tecnologias. Desta maneira, estimulará toda a cadeia e o surgimento de startups, além de promover um grande ciclo de investimentos e uma revolução tecnológica no Brasil, o que beneficiaria outros mercados nacionais.

NISSAN LEAF: tudo sobre o carro elétrico da Nissan incluindo preço, motor e abastecimento. Veja o vídeo!

2 – Estímulos governamentais
Para atingir esta meta será preciso apoio governamental, assim como acontece na União Europeia, China e até mesmo nos Estados Unidos. Neste caso, alguns países europeus concedem bônus aos compradores de carros elétricos como descontos ou isenções em recarga de baterias, pedágios, estacionamentos urbanos, rodízio, financiamentos com juros reduzidos, entre outros fatores.

Até 2030 serão 432 mil veículos eletrificados por ano

3 – Reflexos sobre os combustíveis
Mas antes que o mercado automotivo brasileiro chegue aos 100% de vendas de carros elétricos será necessário investir em biocombustíveis. Por isso, a demanda por etanol e álcool anidro, que está presente em 27% na gasolina, exigirá altos investimentos da indústria sucroalcooleira. Esse número deve ficar em R$ 50 bilhões nos próximos 15 anos.

Estudo divulgado pela Anfavea e o BCG também garante uma oportunidade única para um crescimento de investimento no Brasil

Assim como o etanol, os produtores de diesel e biodiesel terão que fazer um investimento bilionário. Também será necessário investir na produção de HVO – Diesel de Origem Vegetal para a frota circulante.

4 – Investimentos em energia e infraestrutura
Para andar com um carro elétrico plenamente e não ficar parado na estrada por falta de “combustível” será necessário a instalação de ao menos 150 mil carregadores para atender os veículos eletrificados. Para chegar a este número será necessário investir R$ 14 bilhões.

NOVO ZOE ELÉTRICO TEM TAMANHO DE 1 SANDERO E CUSTA O PREÇO DE 3! Vale a pena por R$ 220 mil? Veja o vídeo!

A produção e a distribuição de energia também deverá receber investimentos para suprir a frota de elétricos, que criará uma demanda adicional de 7.252 Gwh, o que representa 1,5% de tudo o que é gerado atualmente. Desta forma, será necessário ter uma política de estado com participação do poder público ou de parcerias público-privada para suprir essa demanda.

5 – Redução de emissões de CO2 e de poluentes
Para reduzir as emissões de gases nocivos ao meio ambiente também será necessário promover uma política eficiente para retirada rápida da frota velha das ruas. Uma saída poderá ser a inspeção veicular, que está prevista em lei desde a criação do Proconve em 1986, mas que até hoje não saiu do papel exceto iniciativas de alguns estados, o que já foi abandonado em boa parte dos que iniciaram os programas.

VOLVO XC40 híbrido mais barato que Toyota RAV4, Audi Q3 e Mercedes GLA 200: faz até 24km/litro! Veja o vídeo!

6 – Oportunidade única: avalanche de investimentos no país
O estudo divulgado pela Anfavea e o BCG também garante uma oportunidade única para um crescimento de investimento no Brasil. “Outros países já definiram suas metas de descarbonização, bem como os caminhos para se chegar a elas. O Brasil, em seu papel de um dos principais mercados para o setor de transporte no mundo, não pode mais perder tempo”, acredita Luiz Carlos Moraes.

O CARRO DO CHEFE! VOLVO S90 é luxuoso, grande e tem motor híbrido com consumo de COROLLA: 21km/l. Veja o vídeo!

“É hora de unir esforços de todos os setores envolvidos com a cadeia de transporte terrestre no país e de todas as esferas do poder público para definir o que queremos, respeitando as vocações de nossa indústria e as particularidades do nosso país continente. Só com essas definições de metas é que os investimentos corretos poderão ser feitos, colocando o Brasil em um caminho global que não tem mais volta, que é o da redução das emissões dos gases de efeito estufa. Temos essa obrigação para com as futuras gerações”, concluiu o Presidente da Anfavea.

Procura um carro elétrico? Veja no AutoShow mais de 40.000 classificados de veículos e participe dos feirões presenciais realizados todo domingo das 7h às 13h no Expo Center Norte e Shopping ABC