minivans de 7 lugares são comparadas frente a frente. Por Marcos Camargo Jr
Entre a nova Chevrolet Spin e o Citroën C3 Aircross qual você compraria? Depois de dez anos poucos iriam apostar que o segmento das minivans voltaria a ficar aquecido em 2024? Isso porque a Stellantis lançou no fim do ano passado o C3 Aircross e a Chevrolet que já estava trabalhando na renovação do líder de segmento, o Spin, justamente de olho no comprador de perfil familiar.
Hoje vamos comparar as duas versões topo de linha do Spin (Premier) e do C3 Aircross (Shine) na faixa dos R$ 140 mil.
A versão mais cara do Aircross é a Shine que custa R$ 137,9 mil enquanto a Premier do Spin custa R$ 144,9 mil, uma distância de R$ 7 mil entre os dois produtos. Qual deles levará a melhor neste comparativo?
Linha 2025
A Chevrolet anunciou a Spin 2025 em quatro versões com nomenclaturas já conhecidas: LT MT6, LT AT6, LTZ AT6 e Premier AT6 enquanto a Activ deixa de ser oferecida. A Spin ganhou mais itens de série especialmente segurança e entretenimento e o tradicional motor 1.8 aspirado. O visual, contudo foi renovado ficando mais alinhado a produtos como a Montana, a S10 e a Silverado.
A Citroën lançou ano passado do C3 Aircross dentro de um contexto de produtos mais acessíveis no preço. A ideia de um carro amplo por dentro e compacto por fora sem ser um SUV é justamente a ideia da Stellantis. São 3 versões: Feel turbo, Feel Pack turbo e Shine Turbo a novidade da Citroën vem sempre com motor 1.0 turbo T200.
Construção e vida a bordo
Uma análise crítica leva a uma conclusão bem clara: a Spin foi redesenhada de dentro para fora e o C3 Aircross de fora para dentro.
Enquanto na Spin o painel é novo, com novos porta objetos, partida por botão, carregador de celular sem fio, ar digital, cluster digital e multimídia multimídia MyLink de 11 polegadas, OnStar com Wi-Fi, OTA e App com boa câmera de ré, os bancos só ganharam uma nova padronagem e as soluções de rebatimento são as mesmas já conhecidas com uma “fita” de rebatimento para a terceira fila além do acesso corrediço da segunda fileira. A impressão de qualidade é superior.
Já o Citroën C3 Aircross foi desenhado de fora para dentro. Tem porte mais elevado, traseira que parece mais larga e impressão de ser um carro maior. Por dentro, porém, o padrão de montagem é bem simples com painel digital e multimídia flutuante de 10 polegadas embora com conexão sem fio de celulares tem câmera de baixa resolução. A partida é por chave comum, há ar condicionado manual, carregador de celular sem fio mas que parece mais um acessório e o padrão como um todo é o mesmo do C3, um dos carros mais baratos do Brasil.
A posição de dirigir de ambos é parecida, típica de uma minivan de perfil “superior” em relação ao painel. Porém, no Spin, essa sensação é mais presente e em ambos há ausência de ajuste de altura dos cintos e menor acerto de posição.
No C3 Aircross a posição também é destacada mas é mais fácil se encontrar especialmente para quem tem mais de 1,80m de altura. Vale lembrar que embora mais frugal no acabamento o espaço do C3 Aircross é bom com seus 2,67m de entre eixos enquanto o Spin traz espaço menor com 2,62m porém com acesso à terceira fila por trilho, bem fácil de usar. No Citroën os bancos se erguem por auxílio de uma mola, mecanismo mais simples.
Segurança a bordo
O C3 Aircross Shine embora seja uma versão topo de linha economiza em alguns itens. Tem quatro airbags e não há itens de segurança ativa como alerta de frenagem automática, alerta de ponto cego entre outros trazendo apenas o essencial dos controles de tração e estabilidade e freios ABS.
Já a Spin traz seis airbags, faróis e lanternas de LED, alerta de colisão e frenagem autônoma (embora precise de um ajuste fino neste item que dispara facilmente), alerta de saída de faixa, alerta de ponto cego, frenagem automática de emergência, indicado e de distância do carro à frente no painel digital.
De frente com as versões topo: Shine ou Premier?
O Citroën C3 Aircross adiciona na versão topo as 2 portas USB de recarga rápida para a terceira fileira, rodas de liga-leve de 17” e pneus 215/60, faróis de neblina, câmera de ré, bancos e volante com forração premium (couro sintético) além do controlador de velocidade com limitador, skid plate e acabamento exclusivo. Além disso tem teto biton e acabamento extra nos pára-choques modificando um pouco seu visual.
Já no Spin há os itens de segurança ativa já citados que são o seu grande diferencial. O carregador por indução é eficiente, bancos com revestimento premium tem padrão novo, grade frontal com detalhes em cromados são itens de série, as rodas ganham acabamento usinado e há rack de teto preto. Não há itens esperados como acendimento automático dos faróis, um retrovisor fotocrômico ou partida por botão e no lugar há uma chave simples.
Motorização
No Citroën C3 o motor é o T200 turbo 1,0 litro com 125/130cv e 20kgfm de torque combinado com câmbio CVT que simula sete marchas.
Já a GM equipa a Spin com o motor 1.8 aspirado SPE/4 ECO, que entrega até 111 cv com torque de 17,7 kgfm. Oportunamente vamos avaliar frente a frente os dois veículos e tratar de desempenho, dimensões entre outros quesitos.
A bordo do C3 fica evidente a esperteza do motor de giro rápido e nível adequado de respostas de um câmbio CVT. A suspensão tem curso mais longo e “mole” nas manobras e desvios de buracos e valetas. Já no Spin o desempenho é mais linear, adequado na cidade porém fraco na estrada com seus 111cv. A suspensão é um pouco mais firme mas não muito e as respostas do carro são as mesmas já conhecidas.
No consumo o C3 Aircross na cidade o Inmetro informa 10,4 km/litro e na estrada: 12,5 km/litro (gasolina). Já o Spin informa 10,5km/l na cidade e 13,4km/l na estrada também com gasolina. Nossa média com o Citroën ficou em 10,4km/l e com o Spin 9,8km/l rodando com ambos apenas com gasolina e em percurso urbano.
Qual deles leva a melhor?
Embora tenham a mesma proposta e o Citroën C3 seja um projeto mais novo que o do Chevrolet Spin, a GM respondeu melhor aos anseios da família. É melhor acabada, tem mais comodidade e principalmente mais segura a bordo.
A Chevrolet recebe ou a Spin com boa oferta de airbags, nova tela multimídia maior, painel e porta objetos mas não investiu quase nada na motorização com um propulsor bem antigo com 111cv. Mas se a proposta for “familiar” não há reclamação.
O Citroën C3 Aircross é muito mais simples no acabamento, multimídia e itens de série são restritos e há pecados como menos airbags e nada de segurança ativa.
Porém tem como trunfo o motor T200 de 130cv e 20kgfm de torque que é um ponto a favor com respostas ágeis e espaço interno um pouco melhor.
Quem quer comodidade e segurança vai de Spin Premier pagando R$ 7 mil a mais e quem quer desempenho e mais espaço interno mas abre mao de itens de série poderá optar pelo C3 Aircross Shine.