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Por dentro da fábrica sustentável da Jeep em PE

Conhecemos de perto a fábrica que reaproveita toda a água, gera a própria energia e reaproveita resíduos produzindo automóveis. Por Guilherme Magna

Se por um lado a produção de automóveis é vista como “vilã” do meio ambiente, é fato comprovado que os veículos estão cada vez mais sustentáveis e emitindo muito menos poluentes. Para se ter uma ideia hoje um automóvel polui 90% menos do que um modelo similar produzido nos anos 1980. Com regras mais rígidas as montadoras tem se adaptado a esta realidade.

Com 11 milhões de metros quadrados de área, o Polo Automotivo da Jeep em Goiana/PE é capaz de produzir 250 mil veículos por ano e está recebendo investimentos de R$ 7,5 bilhões para ir além disso. Mesmo assim a empresa do grupo FCA se destaca em sustentabilidade e recebeu o Selo Ouro conferido pela Fundação Getúlio Vargas já que conseguiu reduzir em 45% o consumo de energia para produzir um carro entre 2016 e 2019.

Uma das soluções é o sistema de aproveitamento de resíduos como papel, borracha, plástico, metal e até borra de tinta. Abaixo da construção do edifício há uma esteira capaz de levar todo o resíduo de produção para um centro de triagem que separa e destina o material para parceiros que reciclam e transformam em matéria prima para outros produtos.

Também conta com um centro de tratamento de água que resulta em 99,5% de reaproveitamento de todos os recursos hídricos. Toda a água usada na fabricação de automóveis do processo industrial vai para um centro de tratamento que faz todo o processo em apenas três horas e é capaz de processar três mil metros cúbicos por dia. Com o novo processo a fábrica economiza cerca de R$ 3 milhões por ano e reduz o consumo de água potável da rede de distribuição.

A fábrica da Jeep também conta com sistema de geração de energia usando painéis solares fotovoltaicos. São 36 módulos com potência de 12 quilowatt-pico (kWp), que geram 24 mil quilowatt (kW) ao ano. Mesmo com essa solução, a unidade usa iluminação natural durante o dia, já que na região a incidência de sol é alta durante o ano inteiro. Com a auto geração de eletricidade, só o setor da funilaria registrou redução de 2500 megawatts (MW) e diminuiu em 236 toneladas a emissão de dióxido de carbono ao ano.

A FCA também lidera um grande projeto de reflorestamento no litoral pernambucano. Desde 2015, quando esse projeto começou, mas de 100 mil mudas de plantas foram plantadas na região e uma antiga área de monocultura de açúcar vem sendo reflorestada com mudas da Mata Atlântica, vegetação original. A projeção do grupo é que até 2024, cerca de 208 mil mudas sejam plantadas.