Compacto retoma tradição iniciada pelo Gol GTS, primeiro a usar esta sigla no Brasil. Por Marcos Camargo e Guilherme Magna
Apesar do primeiro carro compacto e esportivo da Volkswagen ter sido o SP1 e depois Fusca 1600S em 1975, o Gol parece ter simbolizado ou traduzido a verdadeira esportividade dos anos 1980. O primeiro Gol com esse apelo foi o GT em 1984 seguido pelo GTS, sigla que a Volkswagen resgata ao lançar o Polo com motor potente e acerto específico para sua proposta.
O “resgate” da sigla GTS ocorreu agora e nos anos 1980 com os mesmos recursos. Em 1987 o Gol GTS usava o motor do Santana 1800S com 99cv, comando bravo 049G, biela alongada e outros recursos. A ideia era buscar um motor de um modelo mais caro. Hoje não é diferente: o motor 1.4 TSI não é um 2.0 do Golf GTI ou do Passat, mas é usado no Tiguan, T-Cross Highline e Jetta.
No passado, o visual do GTS tinha grade diferenciada e pintada na cor preta, as lanternas tinham novo desenho e havia um filete vermelho nos para-choques. Havia também aerofólio e farol de milha. No Polo GTS os faróis em LED, spoilers e emblemas são também especiais da versão.
Internamente o Gol GTS daquela época tinha um painel que era referência: conta-giros, voltímetro e manômetro do óleo completavam o conjunto com o volante “quatro bolas” do Santana GLS. O Polo de 2020 traz painel digital Active Info Display com todas estas informações dispostas na tela. Adaptando aos nossos tempos, o Gol GTS tinha câmbio ainda mais justo enquanto o Polo traz câmbio automático de seis velocidades com opção de trocas manuais.
Como se vê, a fórmula não muda apesar dos tempos distintos entre cada um dos produtos. O Gol GTS sucedeu o primeiro esportivo, o Gol GT, e abriu caminho para o Gol GTi com injeção eletrônica em 1988. O Polo GTS retoma a tradição ao oferecer um carro legitimamente esportivo e de alto desempenho, preenchendo a lacuna deixada pelo Golf que saiu de linha ano passado d oferecendo uma opção mais acessível para os fãs da linha Volkswagen.
Como é o novo Polo GTS
Indo além de uma proposta esportiva visual, o novo Polo GTS usa uma fórmula “da casa” para obter desempenho. Traz o motor 1.4TSi de 150cv e 25,5kgfm de torque com câmbio automático de seis velocidades e opção de trocas manuais. Acelera de 0-100km/h em 8,4s e alcança 207km/h de velocidade máxima (limitada).
Começa com visual instigante com uma discreta faixa vermelha na dianteira, se estende em detalhes pelo carro como spoilers, dupla saída de escapamento e as rodas em espiral. por dentro, bancos esportivos, detalhes de acabamento na cor vermelha e apesar do plástico rígido sugere a esportividade que o carro de fato traz. Além da multimídia de 8” o Active Indo Display reúne informações Sobre o carro com itens como detector de fadiga, consumo, câmera de ré e sensores para estacionar.
Na prática, o Polo GTS se mostra arisco e preciso. O motor de 150cv turbinado trabalha sem vacilos com o câmbio. Nas curvas o controle de estabilidade entra em ação com suavidade. As respostas dependem do modo de condução: no Eco ele é quase um Polo “comum”, no Normal fica levemente arisco e no Sport há outra relação de entrega de potência e peso da direção. Para ser perfeito só faltou o Multilink na traseira, teto solar e quem sabe o câmbio DSG.
Alem dos R$ 99 mil pedidos pelo GTS há opcionais como som Beats por R$ 2.400 e cores metálicas por mais R$ 1.570. É um preço elevado para o Polo, sem dúvida, mas nenhum carro desta categoria vai oferecer o que ele tem.