Brasil está longe desse patamar sem um plano específico de eletromobilidade. Por Felipe Salomão
Os europeus deverão comprar carros elétricos mais baratos do que os a gasolina até 2027, conforme estudo feito pela BloombergNEF (New Energy Finance) a pedido do Transport & Environment (T&E). Os preços ficarão mais baixos por conta das novas exigências dos países da região para reduzir as emissões de gases poluentes e, também, por novas tecnologias de armazenamento de energia nas baterias. Já por aqui este efeito levará mais tempo para acontecer, pois o Brasil ainda está na fase de transição de carros a gasolina para híbridos.
O levantamento ainda aponta que os hatchbacks, sedãs médios e os SUVs eletrificados serão mais baratos um ano antes do prazo obtido pela pesquisa. Já os veículos do segmento B, que são menores e mais baratos, ficarão mais acessíveis daqui a seis anos. Vans elétricas terão vantagem sobre as movidas a diesel já em 2025 e as de porte maior em 2026.
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Segundo o estudo a razão para a queda nos preços é a previsão do valor das baterias, que terão um decréscimo de 58% no preço até 2030 é isso irá influenciar diretamente no valor dos modelos. As novas plataformas desenvolvidas pelas montadoras para carros elétricos e a produção dedicada para eles também será um fator importante para baixar os valores e a unificação de produtos é uma tendência.
Além disso, com as metas de redução de emissões de CO2 estabelecidas e as medidas de incentivos aos carros deste porte pelos países europeus é outro ponto importante para a queda nos preços o que também dependerá de incentivos, o que já ocorre em países como Alemanha e Inglaterra. A pesquisa também relata que estes automóveis podem ajudar a região a atingir a meta de redução de gases poluentes até 2035.
E por aqui?
No Brasil, apesar de este quadrimestre ter recorde de vendas com 7.290 unidades comercializadas, os preços dos elétricos ainda não devem ter uma redução ante os carros a gasolina. Isso porque no nosso país não há um parque industrial adequado a estas novas tecnologias.
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Outro entrave é a geração de energia extra para alimentar uma frota significativa de veículos elétricos no país. Mesmo com fonte limpa é preciso aumentar a capacidade de geração de energia e não só aumentar pontos de abastecimento.
Ainda assim, o país caminha, mesmo que devagar, para a eletrificação, uma vez que passou de 350 postos de recarga em 2019 para 600 neste ano.
A frota também aumentou e chegou a marca de 49.559. Deste montante, os modelos mais vendidos foram híbridos com 53%, híbridos plug-in com 41% e os eletrificados com apenas 6%. Este ano ainda deve fechar com mais de 28 mil unidades licenciadas, o que será 42% maior do que em 2020. O segmento também aguarda medidas governamentais para deixá-lo mais competitivo, assim como é feito em países europeus, que possuem impostos mais baratos ou até isenção para carros desta categoria.
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