Conforto e espaço de sobra mas falta desempenho a este SUV bom de mercado. Por Marcos Camargo Jr
O Hyundai Creta é um sucesso desde o lançamento no país, em 2016. Sempre bem posicionado nas vendas embora não seja o líder traz vantagens como o espaço interno, conforto a bordo (herança de outros produtos da marca) e mesmo com preço acima dos seus concorrentes deve estar na sua lista de compras do próximo crossover. Fabricado sob a plataforma do Elantra e equipado com a motorização 1.6 Gamma 123cv (gasolina) ou 130cv (etanol) com 16,5kgfm de torque, o mesmo usado no HB20 mas em um carro bem mais pesado, ele traz itens de comodidade como multimídia, câmbio automático de seis marchas, câmera de ré e chave com controle. É o “básico moderno” em termos de itens de série que por R$ 94,9 mil tem cinco anos de garantia, algo único no segmento.
O AutoShow fez um teste de 500 quilômetros a bordo do Creta 1.6 Pulse Plus para descobrir os prós e contras do crossover
Prós
Garantia ampla e baixo custo de manutenção
O Creta 1.6 tem cinco anos de garantia algo único no segmento dos crossovers compactos e valor das seis primeiras revisões de pouco mais de 2 mil com preço fixo estipulado no site da montadora. Na verdade o Caoa Chery Tiggo 2 tem o mesmo tempo de garantia mas um valor de revisões muito mais alto, R$ 4.100 até os 60 mil km rodados. Essa garantia extensa associado ao custo reduzido para manter o Hyundai lhe dá boa margem de segurança.
Conforto e espaço interno
Seguindo virtudes de um antecessor que abriu caminho da linha Hyundai no país, a primeira geração do Tucson, o Creta é igualmente espaçoso. Tem 4,27m de comprimento e 2,61m de entre-eixos o que lhe dá o título de maior da categoria mas certamente o de espaço melhor aproveitado. Na frente o painel é mais baixo e amplia a sensação de espaço e no banco traseiro o conforto é evidente com a boa inclinação do encosto.
O que o consumidor espera
O nível de equipamentos é interessante mas sem luxo. Tem chave presencial com alarme, ar condicionado digital, multimídia de 7 polegadas, direção elétrica, retrovisores elétricos com rebatimento, sensor de estacionamento, câmera de ré, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, rodas de liga leve diamantadas de 17 polegadas com pneus 215/60 R17 e Isofix.
Contras
Desempenho é no máximo suficiente
O motor Gamma 1.6 aspirado desenvolve até 130cv (com etanol) o que não é pouco mas diante de um veículo de 1.296kg não há muito segredo. Andando sem pressa o desempenho é suficiente mas fica clara a falta de força em ultrapassagens e nas subidas com o veículo carregado e com quatro ocupantes a bordo. As retomadas de 80-100km/h nas estradas mostra que falta fôlego ao motor 1.6 mas em percursos urbanos e sem muita pressa o Hyundai se mostra valente e silencioso boa parte do tempo.
Consumo não é dos melhores
Durante o nosso teste alcançamos a média de 7,0km/litro na cidade e até 8,9km/h na estrada usando sempre etanol, com carro geralmente com duas pessoas e alguma bagagem. Não é pouco mas certamente fica abaixo de motores mais modernos turbinados, algo que o Creta já poderia ter inclusive na versão 1.0 turbo com injeção direta usada no HB20.
Poderia ter itens esperados no segmento
Pelo preço cobrado faz falta uma luz diurna ou até mesmo um farol em LED. Outro ponto a considerar é a conexão. A multimídia é boa mas com gráficos de baixa resolução e há apenas um ponto de recarga USB no veículo. No banco de trás não há saída de ar condicionado ou pontos de carga para celulares e outros equipamentos. Nesta versão traz apenas dois airbags.
Concorrentes:
O segmento do Hyundai Creta é altamente competitivo: com motor aspirado 1.5/1.6/1.8 há concorrentes como o recém renovado Renault Duster 1.6, Nissan Kicks 1.6, Jeep Renegade 1.8, Citroën C4 Cactus 1.6, Peugeot 2008 1.6, além de Ford EcoSport 1.5 e Caoa Chery Tiggo 2 1.5. Isso sem mencionar modelos com motor turbo como o atual líder Chevrolet Tracker e Volkswagen T-Cross e o estreante Nivus. Na faixa de preço do Creta é possível comprar todos os concorrentes exceto o Renegade igualmente equipados e ainda embolsar algum dinheiro ou ainda versões simplificadas de crossovers turbo na faixa de R$ 90 mil sempre considerando modelos com transmissão automática na faixa dos R$ 90 mil.