Nova unidade tem geração de energia solar e manufatura 4.0. Por Marcos Camargo Jr
A Ferrari inaugurou no último final de semana um novo centro de produção em Maranello na Itália. A intenção é ganhar volume de produção e preparar um conceito flexível e uma unidade mais conectada e capaz de gerar a própria energia por meio de painéis solares além de permitir a produção de mais modelos de forma simultânea ganhando em produtividade.
O novo edifício tem 42,5 mil m2 abriga a linha de produção de baterias, motores elétricos e eixos específicos para a linha de carros elétricos que estão ganhando mais importância também na marca Italiana. O chamado “E-Building” mescla conceitos de arquitetura contemporânea e sustentável junto com um novo modelo de produção flexível, ergonômico para os funcionários e conectado com a demanda por carros da marca.
Alem do prédio principal há outras 39 edificações em Maranello onde a Ferrari irá construir uma “cidade” conectada por vias internas e mais de 1400 vagas para veículos. A ideia é abrigar os fornecedores, desenvolvimento, design e outros.
O projeto arquitetônico do edifício usa paineis transparantes em um projeto feito pelo renomado escritório Mario Cucinella baseado em Bolonha. Há sistema de uso de luz natural dentro da unidade de produção, captação de água da chuva e reciclagem da água e uso de energia renovável.
Para alimentar o edifício principal, 3.000 paineis fotovoltaicos ajudam a gerar até 1,3 MW de energia contribuindo para o “conceito de energia do edifício com emissões quase zero”.
Benedetto Vigna, CEO da Ferrari, disse que o nome do edifício é uma referência à flexibilidade da nova planta e dará suporte para a “estratégia multienergia” da marca.
Já o Chefe de Tecnologia e Infraestrutura, Davide Abate, disse que o nome “E-Building” remete “evolução, meio ambiente e energia”.
História de sucesso
A fábrica de Maranello foi inaugurada em 1947, apenas 8 anos após a fundação da empresa em 1939 pelo próprio Enzo Ferrari. A unidade produziu modelos lendários da marca e a ideia inicial era a produção de motores tendo o primeiro V12 construído para modelos de corrida desenvolvido em Maranello.
Inicialmente a Ferrari nasceu como uma equipe dentro da Alfa Romeo mas Enzo deixou a companhia abrindo sua própria fábrica. Apesar do pioneirismo a empresa entrou em crise em 1960 se tornando uma montadora pública e anos depois foi absorvida pela Fiat que comprou 50% das ações em 1963 elevando ano a ano sua participação até 90% quando Ferrari morreu, em 1988.