Após cerca de dois meses com produção suspensa, indústria chinesa volta ao normal. Por Marcos Camargo Jr
Após um início de ano conturbado com a fase mais aguda de contágio do coronavírus (COVID-19) que produziu mais de 82 mil casos na China a indústria automotiva loca, que é a maior do mundo, começa a retomar a produção e as vendas enquanto o Brasil, ainda em curva ascendente, começa a parar suas fábricas e mantém concessionárias fechadas ao público (só oficinas funcionam).
De acordo com a associação de montadoras até 81,4% das fábricas já retomaram produção e 66% dos trabalhadores já voltaram às unidades em todo o país. De acordo com o Ministério da Indústria da Indústria e Tecnologia chinês, a retomada completa só não feita na província de Hubei, onde está a cidade de Wuhan e também há restrições pontuais em Pequim que tem 21 milhões de habitantes.
Até o final desta semana as vendas estavam em 50% dos níveis normais mas as autoridades da China acreditam que há procura do consumidor por automóveis. Já a produção está nos patamares de 15 anos atrás em termos de volume.
As montadoras Ford, BMW, SAIC (GM e Volkswagen), Suzuki, Geely, Audi, Tesla, Toyota, Fiat Chrysler, Hyundai e General Motors já iniciaram a retomada das linhas de produção. Boa parte delas encerrou a produção no início de fevereiro.
A associação de revendedores da China (China Automobile Dealers Association) que reúne cerca de 8.300 revendedores no país, informou que as vendas caíram, em média, pela metade na reabertura. As vendas de carros caíram 47% e os licenciamentos de modelos de luxo 54%. A culpa é da longa parada e dos reflexos negativos sobre a economia associada a cautela natural do consumidor.
Wuhan retoma vida normal
Na região de Wuhan, ponto inicial de contágio do coronavírus, a Nissan que tem duas fábricas nas cidades de Xiangyang e Zhengzhou, está retomando gradativamente a produção, segundo informações da Reuters.
A Dongfeng Motor Group Co Ltd parceira local de montadoras como Honda, Renault e Peugeot também confirmou a reativação das fábricas.
Apesar das restrições de viagens, as fábricas anunciaram que trabalhadores do Japão e da França voltarão às unidades nos próximos dias mas a restrição de circulação será mantida para evitar aglomerações e novos contágios.
Com informações das agências Xinhua, Bloomberg e AlJazeera.