A polêmica em torno do “Mustang” elétrico

Ele usa o nome do icônico esportivo para se promover mas adota tração elétrica e corpo de SUV. Por Marcos Camargo Jr

Nesta semana a Ford mostrou em Lisboa Angeles o futuro Mach-E, SUV elétrica inspirado no ícone da marca lançado há 55 anos. Os puristas e fãs de carros lendários como o Mustang, em geral, não aprovaram a novidade. Mas é fato que a marca terá sucesso com o SUV por uma questão muito simples: há demanda para ele. 

Primeiro vale explicar: o Mach-E não vai tirar de linha o Mustang a combustão. Antes, será uma versão que só usa o nome do icônico esportivo sem compartilhar sua plataforma. 

O Mach E terá apenas motor elétrico de 285cv a 333cv com baterias que rendem até 480km de autonomia. Se por fora ele tem carroceria cupê e lanternas e faróis com estilo do Mustang, seu design apenas remete ao automóvel. 

Por dentro ele está mais para Tesla. As linhas do painel são simplificadas e há painel digital e uma tela de 15 polegadas em posição vertical. Ali será possível controlar todo o carro que virá com uma série de aplicativos instalados. 

Ele chega no ano que vem aos Estados Unidos e em 2021 à Europa sem data para estrear aqui. No entanto, a Ford tem se esforçado para comunica-lo no Brasil, sinal que há chances de termos o Mach-E no mercado nacional. O preço da novidade parte de US$ 44 mil a US$ 60 mil, o que perfaz um valor de R$ 180 a R$ 260 mil em conversão direta. 

E a polêmica?

Memes e ironias ão Mustang Mach-E não faltaram. Críticos avaliam que o uso do nome do clássico em um modelo que é a antítese de um esportivo verdadeiro é um exagero. Mas fato é que a Ford precisa desse impulso para lançar uma novidade. 

Afinal, lá em 1964 quando ele surgiu, também havia um grande desafio. Como poderia um carro barato ser esportivo e atrair todo tipo de público? Por que usar uma base antiquada (no caso, do Falcon), em um carro totalmente novo? Pois o Mustang já conseguiu no passado. Só falta saber se conseguirá hoje.