Mustang Black Shadow: o esportivo de desejo que aceleramos

Em versão única ele traz desempenho digno de um muscle car que rende até 10km/litro. Por Marcos Camargo Jr

O Mustang é um ícone da esportividade mesmo aos 56 anos de idade. Chegou cimo esportivo “acessível” baseado em um carro simplificado, o Falcon, e depois descobriu sua verdadeira vocação: a esportividade. O tempo passou e gerações vieram a seguir mas ficou mantida sua essência e o desejo de muitos fãs de possuí-lo na garagem. Esta é a receita do Mustang Black Shadow vendido no Brasil mantendo-se como carro de imagem da marca e de puro desejo que o AutoShow testou por ruas e estradas. 

A herança nos esportivos 

O visual torna o estilo do Black Shadow ainda mais jovem. A grade na cor preta, assim como as rodas aro 19, combinam com seu degradê no capô e na parte inferior da carroceria bem como o teto preto unido ao vigia formando um conjunto visual único.

As três lanternas sob uma peça na cor preta com emblema “GT” são também uma herança da década de 1960. Aliás dessa época ele também empresta recursos do Mustang Boss de visual carregado e que surgiu em 1969.

Por dentro o Mustang mostra que é feito para um público apreciador de muscle Cars. Não há carregador por indução de smartphone, nem tomadas USB para os quatro ocupantes ou telas de comando tátil. De certa forma ele tem acabamento rústico para o seu preço. Há certa simplicidade mas fidelidade à receita do clássico esportivo. 

O máximo que o Mustang Black Shadow oferece é uma multimídia de oito polegadas com Apple CarPlay e Android Auto e o painel digital personalizável em cor e comandos. O desenho circular das duas extremidades do cluster é outra herança dos clássicos. Bancos em couro Alcantara, teto e carpete na cor preta e itens de acabamento em superfície que imita fibra de carbono completam o conjunto. 

Motor V8 econômico 

No Mustang enviado ao Brasil há 466cv para acelerar com gosto. O motor Coyote V8 5,0 litros é o mais simples com essa arquitetura na linha Ford. São 56,7kgfm de torque e muita disposição em um motor bem atualizado que conta com comando de válvulas variável além de injeção direta e indireta de combustível. 

A partida por botão deixa o ronco invadir a cabine com gosto. Há quatro modos de ruído do escapamento ao gosto (e humor) do motorista. O câmbio tem dez marchas e ao primeiro contato parece duro mas é outro item old school do Mustang. O carro acelera com gosto crescendo rápido e com o câmbio buscando relações mais altas. 

A suspensão independente até tenta ser confortável. É precisa. Mas em buracos chega a ser incômoda. Os pneus aro 19 da marca Michelin são 225 na frente e 275 atrás mas o perfil borrachudo parece se dar melhor com a pista. Como contrapartida o Mustang é bem mais preciso na atual geração com direção elétrica de boas respostas e motor bem acertado. 

Sob o trânsito intenso o Black Shadow tem consumo ao redor de 6km/litro, o que muda para 8km/l em vias expressas e ruas mais livres durante o tempo de isolamento social. Na estrada, onde pudemos acelerar (e comprovar) a boa disposição do Mustang o consumo ficou em 10,5km/litro. 

Preço alto mas justificável 

O classifico Ford pode ser inacessível a muita gente por seu preço de R$ 328,9 mil. Mas convenhamos que sua entrega é forte e equivale aos números superlativos de sua ficha técnica como um bom (e lendário) automóvel que segue fiel à sua fórmula. Com o dólar nas alturas a Ford por enquanto não mexeu no preço provavelmente porque as unidades do Black Shadow já enviadas ao Brasil aguardam no pátio por seus novos donos.