Evento reuniu cerca de 1.000 veículos em exposição que ocorre há mais de 30 anos na cidade do interior paulista. Por Marcos Camargo Jr.
Os fãs de carros antigos esperam de olho no calendário a realização do tradicional Encontro Brasileiro de Autos Antigos (ou EBAA) que está em sua oitava edição. Realizado em junho entre 8 e 11, o evento é a continuação de outro encontro que ocorre anualmente na pacata cidade de Águas de Lindóia desde meados dos anos 1990.
O AUTOSHOW conferiu de perto o encontro que é popular e reúne 500.000 pessoas em quatro dias com acesso gratuito. No espaço de 9 mil m2 o evento mistura encontro, premiação, exibição de carros antigos, leilão e um grande mercado de pulgas com mais de 2.000 barracas e tendas de peças.
Neste evento reunimos 10 carros antigos que foram destaque na exibição (não necessariamente na premiação que usa critérios técnicos) segundo o nosso próprio critério de raridade e estado de conservação.
Na área central do evento, o destaque fica por conta do Plymouth Road Runner da primeira geração, lançado em 1961 e que durou até 1971. Com sua “asa traseira”, era uma evolução dos modelos esportivos da época e tinha os maiores motores que a Chrysler usava em seus veículos de rua. Chegou a ter motor 7,5 litros com mais de 400cv para andar nas ruas.
O Cord L29 era outro destaque na exposição, relembrando a marca que durou até o ano de 1937 em associação com a Duesenberg. O Cord é considerado o primeiro carro de luxo oferecido nos Estados Unidos bem antes do Cadillac. Tinha motor de 8 cilindros em linha com 125cv, tração dianteira e o máximo em um automóvel para a época.
Dodge Kingsway 1951 era uma variação de um carro familiar vendido no mercado canadense, e não nos Estados Unidos (onde era oferecido pela divisão Plymouth). Tinha o motor seis cilindros flathead que foi usado por inúmeros modelos do antigo grupo Chrysler até os anos 1970.
Outro destaque fica por conta do Fusca que serviu à frota da extinta Telesp como modelo de serviço bem antes do tempo dos Fiat Uno com escada no teto. Ele exibe a inscrição “movido a álcool” em referência ao motor 1600 que surgiu no mercado em 1980 e foi muito usado por veículos de serviço.
Outro carro incomum foi o Citroën 2CV 1964, de fabricação francesa. O pequeno e valente carrinho tinha cor azul, teto removível de lona e a simplicidade que conquistou a Europa e até a América do Sul e Oriente Médio com mais de 5 milhões de unidades produzidas. Esse carro na cor azul era da versão AZAM, com acabamento aprimorado, frisos cromados e volante e pomo do câmbio em baquelite.
Outro destaque ficou por conta do raro Isotta Fraschini 8A Sala com carroceria Cesare Sala de Milão. Fabricado em 1927 (esse modelo durou até o ano seguinte) era considerado o mais luxuoso veículo da época na Europa com motor 7,3 litros de oito cilindros em linha com 110cv.
Outro modelo de destaque era o Tatraplan T600 de 1950. Carro raríssimo no Brasil era fabricado na extinta Tchecoslovaquia entre 1948 e 1952. Tinha motor 4 cilindros boxer refrigerado a ar de 1952cc, com tração traseira e teve apenas 6.352 unidades produzidas.
Nacionais antigos em certas configurações são raros como o Ford Itamaraty 1971. O carro era o último suspiro do projeto lançado no Brasil em 1966 como versão de luxo do Aero Willys 2600. Com a compra da Willys Overland pela Ford em 1967, e com o lançamento do Galaxie, o Itamaraty ficou sem sentido no portfólio da marca mas após 1969 ainda ganhou uma sobrevida com o emblema da Ford até 1970 como modelo 1971.
Na linha do Fusca um dos grandes destaques ficou por conta do Super Beetle, como era conhecida a segunda série nos Estados Unidos. Esse exemplar conversível 1976 tem carroceria Karmann Ghia e pertence aos dois últimos anos de produção na Alemanha.
Entre os nacionais o Monza hatch 1983 representou a estreia do modelo no país ainda com motor 1.6 em sua configuração de entrada, sem dúvida uma das mais raras e que está completando 40 anos de lançamento.
Difícil escolher entre os clássicos Mopar com a alta qualidade dos carros. Além do Plymouth Voyager 1983, um belo furgão, um esportivo de respeito era o Plymouth GTX 1970. O carro em sua configuração mais esportiva era um esportivo acessível e rápido naquela época. Tinha o motor V8 Super Commando 440 SIX PACK com nada menos que 420cv.
Outro Mopar premiado foi o Dodge Dart Super Standart. A versão simplifica do carro tinha a mesma mecânica V8 318 dos outros carros da linha e se destacou no evento pela originalidade.
O Ford Maverick era outro modelo que está completando seus 50 anos de lançamentro. Entre os modelos mais interessantes estava esse GT equipado com motor V8 302, o mesmo usado depois no Galaxie.
Falando em Galaxie, um modelo de respeito era o conversível 1966. Ele só seria lançado no Brasil em 1967, e jamais nesta configuração. A versão exibida no EBAA, foi totalmente restaurada no Brasil.
A Cadillac estava bem representada no evento e tinha modelos de uma linha do tempo que ia desde o início dos anos 1950 até os anos 1990. O modelo Eldorado conversível de 1958 se diferencia pela bela cor dourada com interior vermelho.
Na linha dos esportivos uma Ferrari 308 GTS chamou a atenção. Para nós, brasileiros, ela fez sucesso com a série Magnum PI também de grande popularidade nos EUA estrelada por Tom Selleck. Tinha motor 2.8 V8 de 237cv e foi um dos primeiros modelos da Ferrari de grande produção com mais de 60.000 unidades fabricadas.
A Brasília dos Mamonas Assassinas também foi destaque popular no evento. O veículo ano 1979 pertenceu ao vocalista Alecsander Alves, o Dinho, morto no acidente aéreo que levou consigo toda a trajetória meteórica da banda de Rock da cidade de Guarulhos
. O carro chegou a ser sorteado na TV e foi parar até em um ferro Velho até ser resgatado pela família. Longe de ser um veículo original trata-se de um testemunho de época e um veículo que faz parte da cultura pop do rock nacional.
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